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NOTÍCIAS DO SETOR

20/12/2012

A Relação entre Saúde Mental e Trabalho.

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O comportamento organizacional é o campo de estudo que investiga a interação social do individuo nas relações de trabalho - dentro das organizações - através do conhecimento obtido sobre as pessoas, os grupos e o efeito da estrutura sobre o comportamento (ROBBINS, 2005).
 
 
Segundo Kanaane (2006, p. 15) “o trabalho sempre ocupou lugar central na vida de diferentes comunidades, onde gradativamente foi sendo limitado pelas condições socialmente estabelecidas”. Significa que, de forma evolutiva, a atividade laboral pode ter se tornado o principal ambiente de interação entre indivíduos, e que na tentativa de moldar o ambiente exterior o homem também pode modificar e condicionar a si mesmo. 
 
 
Nesse sentido, Vieira (2005) concorda e acrescenta que o trabalho gera transformações no corpo físico e no estado mental do trabalhador. Os efeitos podem ser considerados saudáveis ou benéficos – se promover o bem estar e a criatividade – e maléficos – se promover exaustão, estresse e insalubridade. Os malefícios podem ser reconhecidos através de sintomas de alienação, tensão, desgaste, transtornos decorrentes de ansiedade etc (ibid).
 
 
Assim, Robbins (2005, p. 89) destaca: “os trabalhadores despendem de esforço físico e mental, pois colocam o corpo e a mente na realização de suas tarefas”, e observa a importância de considerar o homem como um ser emocional, sobretudo, no ambiente de trabalho, pois, o impacto das emoções sobre os funcionários determinam seu comportamento dentro da organização.
 
 
Em um contexto moderno,
sob os reflexos da Teoria da Escola das Relações Humanas – no qual as organizações se tornaram ambientes participativos e os indivíduos reconhecidos como parte dos processos e resultado, através da experiência de Hawthorne - o trabalho está relacionado à execução de tarefas que exigem suficientes capacidades psíquicas, no qual o indivíduo pode canalizar suas energias em função de um conjunto de atividades, e assim pode atribuir diferentes cargas emocionais ás situações vivenciadas no ambiente laboral (DEJOURS, ABDOUCHELI e  JAYET, 1994).
 
 
O ambiente de trabalho, dadas às circunstâncias do meio, pode impactar sobre as respostas emocionais e influenciar no comportamento de seus funcionários de forma global, já que os efeitos de um comportamento tendem a se propagar de um indivíduo para outro, contribuindo ou não, para um ambiente organizacional saudável (ROBBINS, 2005).
 
 
Jacques (2003)
considera crescente o interesse de diversas áreas do conhecimento - psicologia, sociologia, antropologia, direito, história etc - pelo estudo da saúde mental no trabalho, destacando o aumento de doenças relacionadas ao vínculo de trabalho e saúde mental. Neste caso, a interação entre diversas áreas do conhecimento não é uma tentativa de articular diversos pressupostos, mas de emprestar e relacionar diferentes conceitos sobre as questões que envolvem a saúde do homem e sua interação social (ibid).
 
 
Complementando, Vieira
(2005) ressalta a importância das organizações modernas considerarem as relações de trabalho do ponto de vista social e psicológico. No primeiro, para que o trabalho seja visto como um fenômeno social, que promove a interação de grupos formais e informais que são de suma importância na realidade econômica, política e cultural do país. E no segundo, para a análise do tipo de tarefa em relação á personalidade do trabalhador, considerando que a atividade poderá ter influência direta sobre o comportamento do indivíduo dentro da empresa, e também fora dela (ibid).
 
 
Pelo exposto,
entende-se que, no sentido de compreender o homem como agente modificador do contexto onde está inserido, atualmente, o ambiente de trabalho representa o principal meio de interação social na sociedade moderna. A compreensão sobre as particularidades que formam a personalidade e determinam o comportamento humano nesse ambiente, bem como os transtornos mentais e doenças físicas, também podem servir como referências no estudo de diferentes áreas, com intuito de preservar a saúde física e metal dos trabalhadores e contribuir para a gestão do clima organizacional e preservação da qualidade de vida no trabalho.
 
 
 
Josie Roldan. 
 
 
 
Referencial Bibliográfico
 
DEJOURS, Cristophe. ABDOUCHELI, Elizabeth; JAYET, Christian. Psicodinâmica
do Trabalho: contribuições da escola dejouriana à
análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 1994
JACQUES, Maria da Graça Corrêa. Abordagens teórico-metodológicas em
saúde/doença mental & trabalho. Rev. Psicol. Soc. [online] 2003, vol.15, n.1, pp. 97-116. ISSN1807-0310.
Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v15n1/v15n1a06.pdf. Acesso em 17 Jul. 2012.
KANAANE, Roberto. Comportamento Humano nas Organizações: o homem rumo ao século XXI. 2ªed. São Paulo: Atlas, 2006.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11ª ed.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
VIEIRA, Sebastião Ivone. Manual de Saúde e Segurança do Trabalho: qualidade de vida no trabalho. vol. 2. São Paulo: LTr, 2005.