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NOTÍCIAS DO SETOR

10/01/2013

As mudanças na relação do trabalho: Geração “Y”

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O acirramento da competitividade em nível global e a velocidade das mudanças tecnológicas, não são de conhecimento de poucos e privilégio de alguns. Ao contrário, cada vez mais tem se discutido a velocidade e dinâmica das mudanças. Igualmente com as mudanças na área tecnológica, outra mudança tem caminhado na mesma velocidade, ou talvez bem próximo – A mudança nas relações do trabalho.
 
Em recente relatório apresentado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), no primeiro trimestre deste ano, 30,5% dos desligamentos foram por iniciativa do empregado. Ainda segundo o CAGED, o aumento em relação ao número de desligamentos por iniciativa dos trabalhadores é comprovado pela variação nos últimos oito anos, no qual, em 2003 o índice de desligamentos espontâneos era de 17%, saltando para 28,3% em 2011 (GERBELLI, 2012).
 
De acordo com o Gerbelli (2012) este novo cenário se deve a boa fase da economia brasileira, em que a oferta de emprego aumentou significativamente nos últimos anos. Entretanto, diante deste novo cenário emerge a seguinte questão – O que alterou no mercado de trabalho nos últimos anos, além da boa fase da economia e o aumento na oferta de emprego?
 
O primeiro aspecto a se considerar é o aumento de trabalhadores qualificados. Segundo Terra (2011) entre os anos de 2001 e 2010, o crescimento do acesso ao ensino superior no país foi de 110,1%. No mesmo período, o número de brasileiros que buscaram fazer um curso superior aumentou 7,1%. Neste sentido, as empresas tiveram que absorver este número de trabalhadores qualificados em nível superior. Possivelmente muitas dessas não estavam preparadas para corresponderem a esta nova realidade, em nível de remuneração e estrutura.
 
Muito provável que essa nova safra de trabalhadores não encontrou as condições adequadas que esperavam, e certamente, a insatisfação gerou a procura por um novo emprego. O segundo aspecto é a composição do perfil dos trabalhadores do mercado de trabalho. Grande parte é composta pela geração Y.
 
Para Campos (2011) compõem a geração Y os nascidos entre 1974 e 2000. Para o autor, essa geração passou por uma intensa experiência dos jogos de vídeo game, em que acontecendo o erro, basta apenas desligar o aparelho e começar novamente o jogo. Neste sentido, “acabam levando essa atitude para a vida; e onde existem erros, existem então formas para se superar o erro. Nessa visão, também não é difícil perder tudo e ter que começar do zero” (CAMPOS, 2011 p. 30).
 
Ainda para o autor, quatro características são muito latentes nesta geração – confiança cega em seus potenciais, resistência ao “NÃO”, abertos as mudanças e imediatistas. Sendo assim, este profissional pode se tornar infiel e insubordinável, devido ao excesso de confiança cega, pode ser resistente a qualquer ordem infundada e sem justificativa plausível, além de ser aberto, agente de mudanças em seu local de trabalho e imediatista (CAMPOS, 2011).
 
Por fim, outro aspecto do mercado de trabalho são os estagiários. Em geral, os estudantes dos cursos de graduação necessitam cursar um estágio nas empresas em que possuam atividades relacionadas com o curso. Desta forma, o estágio tem um cunho didático pedagógico em que os estagiários têm a oportunidade de conhecerem experiências reais das empresas, além da oportunidade de aprendizado, supervisionado por um profissional graduado da sua área.
 
Cabe ressaltar, que o estágio é cumprido em regime de contrato no período de seis meses a dois anos, podendo ser recindindo a qualquer momento entre as partes. O estágio conta com um sistema de bolsa auxilio, para custear parcialmente o curso. O regime de trabalho gira em torno de 20 a 40 horas semanais, logo, as bolsas oferecidas possuem valores abaixo dos demais colaboradores, em comparação com as mesmas atividades para profissionais efetivos (PORTAL ABRE, 2012).
 
Em suma, o atual mercado é composto em parte por profissionais: qualificados em nível superior; abertos e agentes de mudanças, em alguns casos infiéis e insubordináveis; resistentes a ordens infundadas e experientes ao modelo de trabalho por contrato (temporada) e imediatistas, isto é, não querem depositar sua confiança em uma empresa em que começarão no nível operacional e alcançaram com o tempo o nível gerencial. Neste sentido, muitos profissionais perceberam que o emprego é da empresa, mas a carreira são eles que fazem. A empresa não é mais uma finalidade, mas sim um meio para o sucesso de suas carreiras profissionais.
 
Muitos profissionais, advindo de um modelo de trabalho por temporada (contrato), estagiários ou terceirizados, podem almejar um modelo de trabalho, em que fixem uma meta pessoal para sua carreira, tendo que passar por uma empresa. Esses profissionais são movidos por desafios.
 
Diante deste novo cenário, o que será capaz de reter este profissional em uma empresa? Qual o posicionamento da Gestão de Pessoas frente a este emblema? As relações no trabalho sofreram mudanças que num ligeiro olhar pode passar despercebidas. No entanto, as empresas e gestores que tiverem essa sensibilidade de desenhar alternativas, certamente se adaptaram ao ambiente, ao passo de se apropriarem de uma vantagem competitiva.
 
Neste cenário, as empresas que possuem um bom programa de plano de carreiras, possivelmente encontrará maior facilidade em reter este profissional. Entretanto, é preciso que as organizações busquem modelos de gestão em que necessariamente os objetivos pessoais e organizações devem andar alinhados, uma vez que este pode ser um dos caminhos para retenção de talentos.
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
 
CAMPOS, W. C. Índice de Resilência aplicado em adultos da Geração Y: um estudo de caso com discentes de uma instituição de educação superior da região norte do Paraná. Londrina: Faculdade Arthur Thomas, 2011 p.62
 
GERBELLI, L. G. Santa Catarina é o único Estado em que as pessoas pedem demissão espontaneamente. Disponível em Acesso em 11 Abr 2012.
 
 
 
PORTAL ABRE, Legislação. Disponível em Acesso em 12 Abr 2012.
 
                                                                                                  
 
TERRA. Ensino superior cresce 110% em 10 anos no Brasil. Disponível em Acesso em 11 Abr 2012.