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10/01/2013

Relação entre habilidades da inteligência emocional e desempenho profissional

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Em meio a um mundo moderno, inovador e competitivo que hoje se vive, a busca por profissionais altamente eficazes é a cada vez maior. O mercado busca profissionais produtivos, inovadores, motivados, com habilidades interpessoais, que venham a desempenhar no ambiente de trabalho, resultados de excelência. 
Para tanto, estes tão desejados profissionais não estão disponível no mercado de trabalho; seja por já estarem empregados ou por não estarem aptos a desempenhar tais habilidades almejadas pelas empresas.
Em meia a esta discussão surge então uma pergunta: Como ser esse profissional tão excepcional? Esta e muitas outras perguntas similares são feitas a todo momento por profissionais de diversas áreas, que estão sempre em busca de algum método que possa proporcionar um melhor desempenho nas rotinas do trabalho sem desgastes e estresse, algo que com tudo venha propiciar também uma qualidade de vida, possibilitando o equilibrando da vida pessoal com a profissional.
O que parecia então ser algo inalcançado, com este trabalho será possível entender que com o desenvolvimento de algumas simples habilidades somadas a alguns conhecimentos cognitivos, é sim, possível se chegar muito próximo da excelência profissional. 
De forma objetiva o trabalho vem apresentar o que é o termo Inteligência Emocional, suas habilidades e como elas afetam o fator desempenho profissional.
Para atingir esta finalidade, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, sempre buscando apresentar a real idéia dos autores sobre os assuntos propostos a fim de se manter fidelidade aos assuntos aqui tratados.
 
 
1. Como surgiu o Termo Inteligência Emocional?
 
 
O termo Inteligência Emocional foi proposta pela primeira vez em um artigo seminal, publicado em 1990, pelos pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer; embora alguns autores dizerem que o primeiro uso do termo é atribuído a Wayne Payner, citado em sua tese de doutorado em 1985. Mas foi só em 1995 com a publicação do livro “Inteligência Emocional” escrito pelo Ph.D, psicólogo, Daniel Goleman que o conceito se popularizou, ainda que o autor afirme neste mesmo livro campeão em Best-Sellers que “o crescimento dessa área de estudo deve muito a Mayer e Salovey” (GOLEMAM, 2007, p.12).
Encontra-se na historia outros renomes que antes disso já falavam sobre o conceito, ainda de uma forma intimidada como o psicometrista Robert L. Thorndike, na Universidade de Columbia na década de 30, quando usou o Termo “Inteligência Social” para descrever a capacidade de compreender e motivar os outros, ou David Wechsler, quando descreveu a influência dos fatores não-intelectuais sobre o comportamento inteligente em 1940, dizendo que os nossos modelos de inteligência não estariam completos até que esses fatores não pudessem ser adequadamente descritos, ou ainda Howard Gardner (1983), que vem com a teoria das Inteligências Múltiplas, introduzindo os conceitos de inteligência intrapessoal e interpessoal.
Daniel Goleman cita em seu livro “Inteligência Emocional” (2007, p. 12), que Reuven Bar-On “também teve grande papel na produção e edição de livros acadêmicos que ajudaram a dar vulto critico ao campo”. 
É notório que o conceito é algo ainda novo nos dias de hoje, mas já vem sendo estudado ha décadas. A busca pela compreensão das emoções do ser humano é incansavelmente explorada e assim vai continuar a ser sempre, a cada nova descoberta gerara junto uma nova curiosidade ou até mesmo necessidade de entendimento.
 
 
2. O que é Inteligência Emocional
 
 
A primeira definição do temo Inteligência Emocional, foi formalmente definido através de Peter Salovey e John D. Mayer no artigo “Emocional Intelligence”, (1990), onde definiram a Inteligência Emocional como: “A capacidade de controlar as nossas próprias emoções e sentimentos e dos outros, para descriminar entre eles e usar essa informação para guiar o pensamento e as ações”, e mais tarde reformulada com novas atribuições (Mayer & Salovey, 1997, p. 15):
 
 
A capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. 
 
 
Hendrie D. Weisinger (1997, p. 14), define Inteligência Emocional como: “o uso inteligente das emoções – isto é, fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio, de maneira a aperfeiçoar seus resultados”.
Já para Daniel Goleman, psicólogo PhD de Harvard, (1998, p. 337) diz que a inteligência emocional é a “capacidade de identificar nossos propios sentimentos e dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos”.
Nota-se que inúmeras são as definições sobre o conceito, porem todas com atribuições semelhantes, traçadas pela mesma linha de pensamento, onde mostra que a Inteligência Emocional é nada mais que um conjunto de habilidade, que juntas proporcionam a capacidade de conhecer e perceber acuradamente as nossas próprias emoções, a capacidade de compreende-las e se manter motivado, de avaliar e de expressar emoções; de harmonizar-se com as pessoas e controlar emoções para promover o crescimento emocional, intelectual e profissional.
Goleman (2007), afirma que a inteligência emocional é a competência mais importante na explicação do sucesso profissional, que o desenvolvimento das habilidades da Inteligência Emocional é cada vez mais importante para o sucesso e sobrevivência das empresas.
 
 
 
 
 
 
3) Desempenho Profissional
 
 
Entende-se como desempenho segundo o dicionário Aurélio (2011), é um ato de desempenhar, cumprir e executar um trabalho. Simples assim? Talvez na teoria, não na pratica. 
Se tratando de desempenho profissional de um individuo, um leque muito vasto se abre ao redor do assunto, são muitas as variáveis que afetam diretamente o fator desempenho.
Inúmeras são as abordagens a cerca do conceito desempenho, que são feitas a luz de estudos sobre o comportamento organizacional. Nota-se que o desempenho profissional tem sido associado ao comportamento do individuo, ao seu grau de motivação e ao contexto onde atua.
Robbins (2002), afirma que o desempenho surge da interação entre capacidade e motivação somada a oportunidade. Afirma ainda que a capacidade, agregado a motivação do individuo, permite entender e prever o desempenho profissional e que “mesmo que um indivíduo seja capaz e esteja motivado, pode haver obstáculos que limitem o seu desempenho” (ROBBINS, 2002, p.168).
Davis e Newstrom (2001, p.47) entendem o desempenho como “produto do esforço e da habilidade dentro de um contexto de probabilidades”.
Já para Wagner III e Hollenbeck (2003) o desempenho nasce quando é empenhado esforço conduzido para resultados adequados e por quem tem aptidão para executar os comportamentos necessários. 
Porem, em meio a tantos conceitos destaca-se o de Bergamini e Beraldo (1988, p.36), que definem o desempenho de maneira bem abrangente, sendo:
 
 
A forma pela qual cada pessoa utiliza suas forças ou recursos pessoas para conseguir sucesso em quaisquer situações de sua vida, seja individualmente, em relação a si mesmo, seja socialmente, em relação aos diferentes grupos sociais dos quais participa.
 
 
Entende-se então que o desempenho de um indivíduo esta relacionado ao seu nível de conhecimento de um determinado assunto, com suas habilidades para desempenhar uma determinada tarefa e com a sua atitude em querer realizar suas atribuições.
Estudos revelam que por muito tempo, a atenção dos psicólogos esteve focada na habilidade cognitiva como um preditor do desempenho no trabalho. Quanto mais inteligente a pessoa fosse, quanto mais Q.I ela possuísse, mais possibilidade teria de obter sucesso; entretanto, pesquisares, como Daniel Goleman (2007) tem afirmado que a inteligência contribui apenas para uma parte dos resultados, o que deixa o restante por conta de outras muitas variáveis, onde dentre elas esta as habilidades da inteligência emocional, e até mesmo, fatores extrínsecos como o meio onde se atua e as oportunidades, como afirma Robbins.
 
 
4. As habilidades da Inteligência Emocional e sua relação com o desempenho
 
 
Daniel Goleman em seu livro “A Inteligência Emocional” (2007), faz um estudo acerca das cinco aptidões da inteligência emocional proposta por Peter Salovey, e seu colega John Mayer. Por meio destas cinco habilidades que juntas formam a inteligência Emocional, será possível entender como levar a inteligência as emoções e assim proporcionando inúmeros benefícios no cotidiano profissional e/ou pessoal de uma pessoa.
Hendrie D. Weisinger, autor do livro “Inteligência Emocional no trabalho” (1997), também trabalha estas cinco habilidades, onde ele as divide em duas partes, sendo a primeira formada por habilidades intrapessoal que estão a Autoconsciência, Autocontrole e Motivação e a segunda formada por habilidades interpessoal que esta a Empatia ou Técnica da Comunicação Eficaz como é tratado pelo autor, e o Relacionamento Interpessoal.
1. Intrapessoal:
A autoconsciência, a primeira habilidade é a capacidade das pessoas conhecerem a si mesmas, os seus sentimentos e comportamentos. Entendendo os próprios sentimentos a pessoa conseguira conhecer os seus limites, os seus momentos de ira ou de euforia. Weisinger (1997), afirma que possuindo um grau elevado de autoconsciência é possível monitorar-se em ação, para assim influenciar seus próprios atos de maneira que eles funcionem em seu benefício. Esta habilidade se torna então a mais importante e se não a indispensável, por ser o alicerce de todas as outras aptidões. 
A segunda aptidão esta o autocontrole, onde Daniel Goleman trata como Lidar com Emoções. Primeiro você as conhece, mas depois você precisa compor e possuir a capacidade de controlá-las; diferentemente de superá-las ou reprimi-las, pois isso as sufocaria, e sentimento sufocado desencadeia doenças emocionais, já que os sentimentos ainda que negativos, fazem parte da vida e precisam fluir, no entanto de forma equilibrada (Goleman, 2007).
Sentir o sentimento de raiva, por exemplo, é um direito de todos, porem controlá-lo é uma dádiva de poucos. Controlar suas emoções é “compreende-las e então usar essa compreensão para lidar com as situações de maneira mais produtiva” (WEISINGER, 1997, p. 18).
Motivar-se compõe a terceira habilidade, aparentemente uma aptidão não tão difícil quanto as outras de se alcançar, mas essencial no desenvolvimento da inteligência emocional. Estudos de clima organizacional revelam que a motivação para um bom desempenho no trabalho é fator predominante, segundo Golemam (2007, p. 67), “as pessoas que têm essa capacidade tendem a ser mais produtivas e eficazes em qualquer atividade que exerçam”. Weisinger (1997), afirma que uma pessoa motivada é capaz de lidar com quaisquer obstáculos que possa surgir, ela persiste no objetivo até concluí-lo, o que faz desencadear nesta pessoa um desempenho extraordinário da realização de uma tarefa.
 
2. Interpessoal:
A quarta habilidade, esta o que Daniel diz ser a Capacidade de “Reconhecer emoções nos outros”, e tratada por Hendrie como a “Técnica da Comunicação eficaz” onde podemos tratar como empatia. Goleman, (2007) diz que as pessoas empáticas são mais propicias a percepção, mais sintonizadas com os sutis sinais do mundo externo, as tornando assim bons profissionais com capacidade de entender o que os outros precisam e querem, isso porque se possui também a capacidade da comunicação, que para Weisinger (1997, p. 18) é “a base de qualquer relacionamento”, a comunicação é capaz de estabelecer vinculo, “é incalculável o valor da capacidade de comunicar-se eficazmente no local de trabalho”, qualquer palavra mal dita ou mal interpretada pode levar a desfechos muito infelizes. 
Capacidade de relacionamento interpessoal e trabalho em equipe compõe a quinta habilidade da inteligência emocional. Esta habilidade é considerada por Daniel Goleman (2007, p. 67) como “a arte de se relacionar”, as pessoas que desenvolvem esta habilidade podem ser consideras “estrelas sociais”, pois não basta ser brilhantes do ponto de vista intelectual se não possuir a habilidade do relacionamento. Profissionais com tal aptidão desempenham facilmente a função de liderança.
O conjunto destas cinco habilidades forma-se então a inteligência emocional. Esta inteligência somada obviamente a algumas aptidões cognitivas sem duvida se tem uma pessoa com excelente desempenho pessoal e/ou profissional, sobejando sucesso. 
 
 
5. Conclusão
 
 
É comum nos dias de hoje, deparar-se com pessoas que ainda acreditam que o fator responsável do desempenho profissional é formado apenas com a disposição de conhecimentos técnicos do trabalho a ser desenvolvido, quando na verdade , esse quesito é apenas uma das muitas aptidões do conjunto de habilidades necessárias para se alcançar um alto nível de desempenho profissional.
Sabe-se que inúmeros são os fatores que interferem no desempenho profissional, desde intrínsecos a extrínsecos, no entanto onde grande parte deles são correlatos as habilidades da inteligência emocional.
No entanto é de extrema importância ressaltar que a inteligência tradicionalmente definida e medida, no qual conhecemos como Q.I, se faz muito necessária e ate indispensável. As duas variáveis, inteligência geral e emocional são importantes na previsão do desempenho, onde cada uma tem o seu peso, mas é a soma equilibrada das duas que se tem o resultado favorável tanto as necessidade das organizações quanto as necessidade do individuo.
O propósito do trabalho, no entanto, foi de apresentar de forma objetiva a relação das habilidades da inteligência emocionais com o desempenho profissional, identificando o quanto se faz necessário adquirir, desenvolver e aplicar as mesmas.
Com o presente estudo, foi possível identificar que o grande desafio vem a ser justamente o desenvolvimento destas habilidades, pois não basta apenas possuí-las, é necessário também ter a aptidão do manejo dessas habilidades e conhecer a escolha do momento adequado para utilizá-la, isso sim é desenvolver a Inteligência Emocional em prol de melhores resultados, a fim de desenvolver melhores desempenhos profissionais e desfrutar de uma vida mais saudável e equilibrada em todos os aspectos, já que a Inteligência Emocional pode ser aplicada em todos os momentos da vida.
 
 
REFERÊNCIAS
 
 
American Psychological Association. Which traits predict job performance? Disponível em: Acessado em: 21 de abril de 2012.
 
BERGAMINI, C.W., BERALDO, D.G.R. Avaliação de desempenho humano na empresa. São Paulo, Atlas, 1988.
 
BUENO, J.M.H.; PRIMI, R. Inteligencia Emocional: Um Estudo de validade sobre a capacidade de perceber emoções. 2003. Disponivel em: Acessado em 25 de março de 2012.
 
DAVIS, K.; NEWSTRON, J.W. (1998). Comportamento humano no trabalho: uma abordagem psicológica – v. I, São Paulo, Pioneira Thompson Learning, 2001.
 
FERREIRA, A.B.H. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Disponível em: Acessado em: 24 de abril de 2012.
 
FONSECA, C.A.M. Criatividade e comprometimento organizacional: suas relações com a percepção de desempenho no trabalho. Disponivel em: Acessado em 25 de março de 2012.
 
GARDNER, H. (1999). Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.
 
GOLEMAN, D. (1995). Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro, Objetiva, 2007. (Edição de 10 aniversario).
 
GOLEMAN, D. (1998). Trabalhando com a Inteligência Emocional. Rio de Janeiro, Objetiva, 1998.
 
Salovey, P., & Mayer, J. D. (1990). Emotional intelligence: Imagination, Cognition and Personality. Disponível em: Acessado em: 04 de abril de 2012.
 
 
MAYER, J. D.; SALOVEY, P. (1997). What is emotional intelligence? Em P. Salovey & D. J. Sluyter (Orgs.), Emotional development and emotional intelligence: Implications for Educators. New York: Basic Books.
 
 
Normas da ABNT. Citações e Referências Bibliográficas. Disponível em: Acessado em: 20 de abril de 2012.
 
 
ROBBINS, S.P. Comportamento organizacional. São Paulo, Prentice Hall, 9. ed. 2002.
 
 
ROSA, V.J.R. Representações sociais no desempenho profissional no contexto de uma organização orientada como Balanced Scarecard. São Paulo, 2006. Disponivel em: Acessado em: 27 de março de 2012. 
 
SALOVEY, P.; MAYER, J. D. (1990). Emotional intelligence. Imagination, Cognition and Personality, 9.
 
WAGNER III, J.; HOLLEMBECK, J. (1999). Comportamento organizacional: criando vantagem competitiva. São Paulo, Saraiva, 2003. 
 
WEIINGER, H. D. (1997). Inteligência Emocional no Trabalho: como aplicar os conceitos revolucionários da I.E nas relações profissionais, reduzindo o estresse, aumentando sua satisfação, eficiência e competitividade. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001. 
 
Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: . Acessada em: 22 de fevereiro de 2012.
 
AUTOR: Mônica da Silva Correa. Profissional na Area de Recursos Humanos a mais de 2 anos. Graduada em Administração e MBA em Gestão de Pessoas em Ênfase em Consultoria Empresarial.